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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Mendes, Eduardo Soczek
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
“A Dama Pé-de-cabra – Rimance de um Jogral – Século XI”, de Alexandre Herculano (1810-1877), coligida em Lendas e Narrativas (1851), embasa-se em um texto do Livro de Linhagens da Idade Média. Buscamos compreender como a lenda foi reeditada sob a pena de Herculano e de que forma foi feita a atualização do códice medieval. Também refletimos sobre a inserção dessa ficção em Lendas e Narrativas e as motivações da revisitação do autor oitocentista ao passado e aos documentos portugueses. Para tanto, a base de nossa averiguação será a teoria de intertextualidade planeada por Mikhail Bakhtin. Estribaremos a nossa análise, na contextualização da obra em questão e do texto medieval, nas propostas de Ana Márcia Siqueira e Felipe Dezidério; Ana Maria Soares; Carla Carvalho Alves. Para o acesso ao texto da Idade Média, valer-nos-emos da edição crítica e comentada organizada por José Mattoso. Já para o entendimento do Portugal oitocentista, utilizaremos as considerações de Eduardo Lourenço, enquanto que para os esclarecimentos sobre as culturas medieval e popular, fundamentar-nos-emos nas informações apresentadas por Jacques Le Goff e Peter Burke, respectivamente.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Moura de Quadros, Dênis
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
Ao pensarmos a presença negra na História da Literatura Gaúcha (FISCHER, 2004) percebemos que ela figura como tema a partir da década de 1870, mesma década em que emergirá um sistema literário gaúcho (CANDIDO, 1993). Contudo, como tema, o negro é transcrito a partir do desprezo e da arrogância racista que, ainda, permeia o estado. O corpo feminino negro aparece no cancioneiro gaúcho a partir da mulata como um corpo desejado e lascivo (CÉSAR, 1971). A autoria negra só vai emergir a partir de Oliveira Silveira (1941-2009) que estreia com o livro de poemas Germinou (1962). Ao pensarmos em obras escritas por mulheres negras no Rio Grande do Sul a lista é preenchida pelas autoras contemporâneas e, mesmo assim, não é possível preencher uma página. Assim, a partir do conceito de literatura afrofeminina (SANTIAGO, 2012), analisaremos os poemas de Maria do Carmo dos Santos (1954- ) publicados em Coisa de negro (1987) e na coletânea Sopapo Poético: Pretessência (2016), os temas por ela evocados partem de sua escrevivência (EVARISTO, 2007) como mulher negra no Rio Grande do Sul, bem como o processo de negritude (BERND, 1984), concebido neste artigo como tornar-se negra (SOUZA, 1983), resgatando a ancestralidade negra (re) negada às páginas da História do Rio Grande do Sul.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Sodré, Patrícia Rosicleia da Silva; Lopes, Michelly Cristina Alves
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
O presente artigo busca realizar uma breve análise do pensamento crítico de Carolina Maria de Jesus, contido em sua obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1960), mais especificamente sobre seus aforismos, os quais permeiam o processo de construção de sua escrita poética e reflexiva ao longo do registro de seu cotidiano. A partir dos relatos de sua vivência, a autora utiliza a composição literária como instrumento de denúncia e emancipação social para expressar seu posicionamento diante da condição precária dos pobres, pretos favelados no Brasil do século XX, o que chama atenção pela sua postura de mulher negra que utiliza a linguagem literária em uma época em que não havia espaço no mundo das Letras para o discurso feminino, mais especificamente de uma negra em estado de miserabilidade e “iletrada”. Para fundamentar o contexto histórico e cultural, referente à inserção da mulher no universo literário, recorremos à teoria crítica do feminismo e aos pressupostos teóricos da crítica literária, entre os quais: bell Hooks (2014), Dijamila Ribeiro (2017), Antonio Candido (2000), FUNCK (2016), Gonçalves (2014), entre outros.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Bozzo Moreira, Camila
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
A fortuna crítica acerca da obra Finnegans Wake, de James Joyce, é muito rica e muito extensa, já desde a sua publicação. As perspectivas de análise da estrutura do livro, da narrativa da construção de personagens são vastas, uma delas, adotada aqui é uma leitura existencialista, já aplicada à produção anterior de Joyce, Ulysses (FLEMMING, 1952; JALIL&TERMINZI, 2012). Essa orientação se dá pelo fato de haver pouco material que explicite um possível diálogo entre Finnegans Wake e o Existencialismo. Este artigo pretende, portanto, sugerir os meios em que essa relação dialógica pode ser evidenciada, especialmente no sentido literatura-filosofia. Joyce estava, afinal, imerso no contexto que exalava ares existencialistas, embora a filosofia de Sartre venha a se concretizar apenas na década de 1960.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Cizaurre Guirau, Marcelo; de Lacerda Vilaço, Fabiana
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
Apresentação do número.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Santos, Zidelmar Alves
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
Resenha de "Negras Crônicas: escurecendo os fatos"
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Rodrigues de Matos Oliveira Martins, Waleska; Oliveira Martins, Sérgio Ricardo
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
O presente artigo objetiva refletir sobre a questão da leitura e da escrita atravessadas pelo corpo feminino, como estratégia de resistência às mais variadas formas de colonialismo e dominação. Resistências que se fazem e se vivem em uma universidade composta majoritariamente por estudantes autodeclarados negros, mulheres e de famílias de baixa renda. A reflexão se faz sobre a experiência vivida no componente curricular “Seminários especiais VII: Literatura feminina negra, brasileira e africana de língua portuguesa”, em 2019, no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, localizado na cidade de Santo Amaro da Purificação. Como propósito discursivo de base tem-se as epistemologias do sul ou de enfrentamento, pois nelas se pode abrigar um espaço de escuta e de subversão ao sistema hegemônico. Na sala de aula, corpos historicamente excluídos consubstanciaram estratégias de vida e de resistência, que foram expostos em uma instalação artística. O conceito motriz da instalação foi o de “escrevivência” de Conceição Evaristo, com a pergunta norteadora: “Onde moram as mulheres negras que TE habitam?”, adaptada do prefácio escrito por Djamila Ribeiro no livro “O olho mais azul”, de Toni Morrison. A literatura de autoria feminina e negra, compreendida como instrumento de poder discursivo, é a estratégia mais assertiva de decolonização das narrativas que tornam o corpo e a condição feminina invisíveis. Ouvir esses corpos e partilhar essas leituras foi, no mínimo, abraçar mulheres que agora habitam as vozes desse texto.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
da Silva, Raphael Ribeiro
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
Neste artigo percorro um conjunto de ideias que proponho como um modo de compreensão do espaço de criação literária, artística e política de escritoras negras contemporâneas brasileiras. Esse espaço em questão foi pensado a partir de uma figuração do corpo feminino, onde busquei ancorar meu raciocínio, a partir das noções de maternidade literária e ventre gerador, tendo como ponto central fragmentos dos manuscritos biográficos de Joremir de Assis Ferreira, minha avó-mãe de criação, lido em diálogo com escritas de outras duas autoras negras da literatura brasileira, Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus, que por sua vez, amplificam questões das vivências negro-femininas. O procedimento de leitura é de matriz afetiva e parte de figurações de espaços do corpo feminino em gestação, o procedimento metodológico que organiza a análise parte da ideia de leitura em roda (Miranda, 2019). O objetivo deste artigo é demonstrar a relação político-afirmativa partilhada tanto pela escrita literária de autoras negras brasileiras já reconhecidas quanto escritas não difundidas, que se dão no cotidiano e na intimidade de mulheres negras.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Júnior, José Rosa dos Santos
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
O presente artigo objetiva analisar as figurações do feminino na lírica contemporânea de Lívia Natália. A literatura afro-brasileira de autoria feminina tem se revelado, como um terreno fértil que possibilita a análise e a reflexão de uma série de desconstruções, rasuras e tensionamentos acerca das narrativas seculares que povoam o nosso imaginário e que construíram um papel e um lugar de mulher. Reclamando para si, um lugar de destaque na contestação das normas e dos paradigmas que, durante muito tempo, calcaram a sociedade patriarcal, a lírica contemporânea negra de autoria feminina, se debruça – para que possa plasmar – sobre as insurreições, as insurgências e as insubmissões de mulheres negras e de todas as problemáticas que interpelam essas mulheres. Nesse sentido, a poesia de Lívia Natália tematiza a solidão, a descolonização das afetividades, os relacionamentos afrocentrados e a representação dissonante do feminino. Trata-se de uma poesia que encena as demandas do seu tempo, sem se descuidar do lirismo, por entender que as estruturas da linguagem, ao lado da política, constituem o campo contemporâneo do poder. Fundamentam a nossa pesquisa, os pressupostos teóricos cunhados por Alzandúa (2000), Beauvoir (1960), Butler (2017), Hooks (1995), dentre outros.
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Año:
2020
ISSN:
2179-4456
Fabriz Caprara, Larissa Milanezi; Apolinario, Danielle Silva
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Resumen
O presente artigo analisa a trajetória de (sobre)vivência da personagem Natalina no conto Quantos filhos Natalina teve?, compilado no livro Olhos d’água da escritora brasileira Conceição Evaristo e busca, por meio das turbulentas gestações, apontar elementos de resistência dessa mulher negra e pobre. Usufruindo, para tanto, de uma perspectiva teórica que reflete a respeito do feminismo negro, do feminismo decolonial. Apreciadora das memórias, Evaristo desfruta delas para produzir as suas “escrevivências” e institui um verossímil lugar de fala às suas personagens: mulheres negras, subalternizadas.
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