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O presente artigo objetiva discutir o cooperativismo operacionalizado pelo literato paraense Bento Bruno de Menezes Costa, com produções variadas no universo das letras. Entretanto, interessa-nos conectar a doutrina mutualista presente em seus textos, discutindo os aspectos doutrinários, correlacionado a prática de fundação de sociedades mutualistas, que seriam, em sua opinião, a maneira a maneira mais viável de os agricultores da Amazônia enfrentarem o isolamento ao agregarem forças. Analisa-se o tipo de política pública voltada à questão agrária, desdobrada no estado do Pará, nas décadas de 1940 e 1950, para tanto propomos observar a mediação do Serviço de Assistência ao Cooperativismo, uma vez que Bruno de Menezes foi servidor da mesma por um período de dez anos, entre 1945 a 1955. Nesse sentido, utilizamos como metodologia o redimensionamento histórico, proposto pela historiadora Márcia Motta a fim de superar ações dos militantes cooperativistas, reduzidos à mera categorização ideólogos da causa.

O presente trabalho, que compõe parte do texto dissertativo a respeito da vinda de migrantes cearenses para o Piauí dos anos de 1940 a 1970, objetiva analisar uma etapa do processo migratório de alguns narradores migrantes cujas trajetórias culminaram com o deslocamento definitivo para a cidade de Teresina capital piauiense, após experiências de sobrevivência em outros municípios  também pertencente ao EntreRios. Acompanhamos, dessa forma, por meio da temporalidade comum de saídas, travessias e fixações em novos espaços, o deslocamento que marca profundamente a vida dos sujeitos, posto que a obtenção dos meios de vida muda radicalmente. Além da oralidade que destacamos como abordagem metodológica necessária para entender as múltiplas experiências desses sujeitos e suas respectivas subjetividades, dialogamos com fontes oficiais e jornais da época. A leitura atenta da historiografia piauiense comungada com a reflexão sobre a economia moral proposta por E.P.Thompson (1998) configuram a constituição deste estudo.

Este artigo analisa os desafios dos movimentos sociais e da Educação do Campo na Amazônia. Apresentaremos a atuação dos movimentos sociais, no que diz respeito à implantação de políticas públicas para o campo no Brasil e o caso amapaense, a partir da origem do curso de Técnico em Meio Ambiente, por meio do Pronera. Metodologicamente realizamos revisão de literatura para compreensão do conceito de movimentos sociais e análise qualitativa a partir de questionários semiestruturados, aplicados aos alunos e membros das comunidades assentadas. Os resultados sugerem que uma das características desta Educação do Campo é a dependência política da população em relação ao Estado. No caso amapaense, há pouca articulação entre os movimentos sociais e a população. O Amapá ainda caminha na contramão do que é defendido pelos movimentos sociais, em que a própria realidade dos alunos seja determinante da estrutura curricular dessas escolas e protagonista de sua metodologia de ensino.

Analisamos como o episcopado brasileiro tratou a modernização agrícola em suas cartas pastorais, com o objetivo de entendermos como os discursos produzidos no interior da Igreja legitimavam e ressignificavam elementos da cultura brasileira e da ciência à época, a fim de manter a posição da Igreja como mediadora universal, aquela capaz de interpretar a dominação para os dominados e interpretar os anseios dos dominados para os dominadores. Procuramos fazer uma análise bidimensional das propostas, discutindo tanto sua estrutura textual como a conjuntura político-econômica na qual se inseriam. Para tanto, dividimos o artigo em três partes: na primeira, discutimos as principais características da ideologia da modernização; na segunda, analisamos como o episcopado brasileiro tratou a questão agrária, em especial a modernização agrícola, e a relação desse tratamento com os debates modernizadores internacionais; na última, apresentamos algumas das ações modernizadoras da Igreja no campo brasileiro, focalizando na atuação do MEB.

El texto propone “desacralizar”, o “desoccidentalizar”, el concepto de “propiedad”, cuya sacralización ha servido para eludir el estudio de las relaciones sociales, es decir, entre los grupos sociales. Esta manera de ver la propiedad se consolidó en Europa occidental en un contexto de grandes transformaciones y consistió en procurar la sacralización de los derechos de propiedad existentes a partir de un lenguaje aparentemente nuevo. Por lo tanto, se consideran de gran aporte las investigaciones de diversos estudiosos de distintas escuelas historiográficas en el proceso de deconstrucción del paradigma de una propiedad absoluta.

Neste artigo apresentaremos a maneira como a sociedade e o espaço no estado do Mato Grosso organizaram-se durante a ditadura entre 1964 e 1985 segundo os parâmetros da contrarreforma agrária, focando-nos na complexidade dos deslocamentos de populações envolvidas na luta pela terra. Apontaremos as múltiplas irregularidades do processo de transformação das terras públicas mato-grossenses em propriedades privadas, com especial destaque para a sistemática expropriação de terras indígenas e de posseiros e para as contradições dos projetos de colonização oficial e privada no estado depois de 1964.  

A questão agrária sul-rio-grandense envolvendo a desapropriação de terras por interesse social é um tema novo e necessário no meio acadêmico. Isso porque, a partir do estudo de fontes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrário (Incra), é possível adentrar num mundo de litígios envolvendo a posse da terra. No estudo em questão, são 133 imóveis rurais que, por algum motivo, deixaram de cumprir com a função social. Imóveis localizados em 15 regiões do estado territorializadas diferentemente por seus agentes, que trouxeram técnicas e modos de produção diferentes. Na mesma medida que o território recebia esses sujeitos, outros tantos eram excluídos perante as novas dinâmicas de produção e formação de latifúndios.  

ALVEAL, Carmen. Senhorios coloniais: direitos e chicanas forenses na formação da propriedade na América portuguesa. Niterói, RJ: Editora Proprietas, 2022. 348 p.